Não é só o senador Heráclito Fortes (ilustração à esquerda), do DEM do Piauí, que mantém funcionário fantasma em seu gabinete, no Senado Federal. O senador Mão Santa, do PMDB do Piauí, tem um servidor lotado em seu gabinete, Aricelso Lopes, que exerce função de "coordenador de atividade policial" do Senado, sem que as pessoas de lá sequer o conheça.
O senador Heráclito Fortes desde sexta-feira vem fugindo da imprensa para não comentar o emprego em seu gabinete, sem ir lá, de Luciana Cardoso, filha do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Ela chega a fazer sacasmo da própria função. "Eu cuido dos arquivos do senador", disse ela a Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo, sem esclarecer bem essa história de arquivo. Luciana Cardoso, assim como o chefe da segurança Aricelso Lopes do gabinete de Mão Santa, está no gabinete de Heráclito desde 2003.
Quem faz a denúncia e a revista Veja, que começa a circular no país a partir deste sábado (em São Paulo) e amanhã, nos demais Estados, inclusive no Piauí.
Mão Santa não sabe
Nem mesmo o senador Mão Santa conhece seu funcionário. Ouvido pelo Portal AZ, o advogado de Mão Santa, Edvar Santos disse que conversou com o senador a respeito e ele se mostrou surpreso com a reportagem. Para Mão Santa, esse Aricelso não é da sua cota de cargos. “Eles empurraram para o Mão Santa quando o senador assumiu”, disse Edvar.
Edvar Santos garantiu que tão logo a imprensa procurou Mão Santa para dar explicações sobre o funcionário fantasma, o senador parnaibano determinou a imediata exoneração de Aricelso.
Fonte: portalaz.com.br
Heráclito deveria demitir filha de ex-presidente FHC
A crise instalada no Senado Federal após a eleição em fevereiro da nova Mesa Diretora, presidida por José Sarney (PMDB-AP) e secretariada pelo democrata piauiense Heráclito Fortes, acaba de trazer à tona uma velha informação: a de que a filha do ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) está lotada no gabinete do 1º secretário. Luciana Cardoso começou a ser incomodada pela imprensa e terminou por ceder à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, uma entrevista com respostas, no mínimo, inconvenientes. A Casa que lhe paga “é uma bagunça”. Em uma empresa privada, essa declaração levaria à demissão por justa causa.
Luciana Cardoso pôs uma saia justa em Heráclito Fortes. Em se tratando de um cargo de confiança em emprego público, demiti-la poderá desagradar o amigo e pai da funcionária. Mas, se se anuncia que o Senado Federal passará por um rigoroso enxugamento de diretorias, a ser tocado pelo 1º secretário, um corte na própria carne (ou no próprio gabinete, para ser mais claro) mostra-se salutar.
Primeiro: Luciana Cardoso não valoriza quem lhe paga o ganha-pão, embora tenha admitido na entrevista “que é uma pessoa como todo mundo”; apenas, “por acaso”, é filha do seu pai, um ex-presidente. Ela não é uma pessoa como todo mundo porque, se fosse, jamais diria que o Senado “é uma bagunça” e que o gabinete de Heráclito Fortes “é mínimo”, duas coisas que fizeram-na decidir a dar expediente em outro lugar.
O Senado Federal pode estar em crise moral, ética, todas essas coisas. Mas, seu ambiente não é uma bagunça e os gabinetes dos senadores não são tão mínimos assim para não caber neles a filha de um ex-presidente. Sua demissão seria um ato moralizador, justamente porque Luciana Cardoso desmoralizou Heráclito Fortes numa única resposta: “Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar ‘vem aqui’, eu vou lá.”
Isso é coisa que se diga sobre a “empresa” do patrão? O gabinete de Heráclito, segundo sua funcionária mais dileta, é um verdadeiro cabide de empregos: “...Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas.” É ou não caso para demissão? Dica ao senador: chamar Luciana Cardoso para ir ao “bagunçado” Senado Federal pegar sua carta de demissão. O pai, certamente, tem onde arranjar-lhe outro bom emprego.
Fonte: Acessepiaui.com.br
Robson Javas® - Executiva da JPT Piauí.
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